Uma marca é um atalho na mente e no coração do público de interesse. Ela é uma ideia diferenciada, repleta de percepções na psique do seu consumidor. Uma marca forte e vencedora é o ponto nevrálgico e definitivo de qualquer iniciativa que busque a perenidade. Marca é tudo e o resto é conseqüência.
O mundo está com excesso de informação e as pessoas sofrem com a falta de tempo. Marcas nunca foram tão importantes pois têm o papel sine qua non de facilitar escolhas e encantar. Não é tarefa fácil: o comportamento do consumidor está sendo redefinido, o cliente passa a desenvolver filtros e intimidades com produtos e serviços, que exigem movimentos rápidos, evolução e reinvenção constantes. Nome, como toda a identidade verbal, transmite sinais que as pessoas usam para determinar o que você representa para elas. Os melhores nomes de marcas se tornam parte do vocabulário dos consumidores e sinônimo dos itens que representam, como Uber para carona. Determinar um nome para uma empresa é um exercício de autenticidade, levando em conta a personalidade e cultura da organização. Este processo trata do simbolismo sonoro e das associações visuais que as palavras carregam. O título revela a origem damarca, o princípio da sua construção e sua identidade deve refletir essa origem. A palavra “Sprite”, por exemplo, significa “fada ou duende” e vem do Latim “spiritus”. A bebida é vendida como algo refrescante, enérgico e vivaz. O nome se encaixa, perfeitamente, quando emparelhado com verde claro e amarelo. De forma geral, um nome bem desenvolvido transmite o posicionamento (diferencial), é intuitivo, fácil de soletrar, fácil de pronunciar, um trampolim para bons gráficos e publicidade, breve (não mais de quatro sílabas), adequado (mas não meramente descritivo), e juridicamente defensável. Muitas vezes, é preferível usar palavras reais pois elas já possuem um significado e, consequentemente, os consumidores estão mais dispostos a aceitá-las. Mas é claro que isso não é uma regra. Plataformas de busca como o Google colocaram uma pimenta extra no processo de naming. Em outras palavras, é preciso considerar a aderência da palavra nestas ferramentas quando alguém está procurando por você. Por essa perspectiva, “Twitter” foi uma excelente escolha. Ele não apenas soa bem e transmite a essência do microblog mas também é único, facilitando, de fato, seu posicionamento nas buscas. A estrutura das palavras, a maneira como elas soam e até mesmo os memes que elas recordam são alguns ingredientes para o sucesso de um nome. O processo deve ser feito de forma profissional, considerando os concorrentes, objetivos da organização e tendo a certeza de que não é proveniente de um modismo passageiro. Que fique claro: um nome bem trabalhado pode resolver diversos problemas e economizar muito dinheiro ao longo do tempo, especialmente para empresas que crescem exponencialmente. Um nome pouco trabalhado exige muito mais comunicação – publicitária, design, e assim por diante – para corrigir suas deficiências.
Gabriel Rossi é especialista de marketing e comportamento de consumo, professor da ESPM e palestrante da Star Palestras